Livro recria o início doido de Brasília “Cidade Livre”, de João Almino. Ronaldo Costa Couto, Folha de S. Paulo

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São Paulo, sábado, 19 de junho de 2010 FOLHA DE S. PAULO ilustrada

CRÍTICA ROMANCE

RONALDO COSTA COUTO
ESPECIAL PARA A FOLHA

“Cidade Livre” impressiona. O escritor João Almino liberta-se da diplomacia, arregaça as mangas e usa história e imaginação para contar o Brasil real suando, vibrando, sofrendo e sonhando na extenuante e impressionante epopeia de fazer tudo no nada do ermo goiano.
Hoje Núcleo Bandeirante, cidade-satélite de Brasília, a pioneiríssima Cidade Livre foi esteio da construção da capital no governo Juscelino Kubitschek (1956-1961).
Quinto título do autor sobre o universo brasiliense, “Cidade Livre” é bem idealizado e bem escrito. Quase dá para ver o vaivém dos fundadores. Apressados, aproveitadores, idealistas, políticos, barnabés, comerciantes de quase tudo.
Com sorte, descobrir o irrequieto presidente JK e o enérgico engenheiro-chefe Israel Pinheiro, de terno e gravata, surradas xicarazinhas esmaltadas na mão, tomando café de coador de pano com os candangos.

NIEMEYER BEBERICA
E o musculoso gigante carioca Bernardo Sayão, jeitão de menino, pioneiro e herói, ídolo da candangada, inspiração das mulheres dali e de outras lonjuras.
Sempre animadíssimo, camisa e calça largas, pisando forte com suas botas comando nas ruas de terra, de muita poeira vermelha ou barro.
Comandando, motivando, orientando a todos, distribuindo alegria, confiança e esperança.
Ou então, na noite alta, de céu deslumbrante, o jovem arquiteto Oscar Niemeyer à mesa do tosco Olga’s Bar, bebericando com amigos, fumando cigarrilhas, olhando a gente humilde com ternura imensa e respeito máximo.
Quem sabe até tocando seu esperto cavaquinho ou cantando com Tom Jobim e Vinicius de Moraes, hóspedes de Juscelino no Catetinho, palácio de tábuas, onde compuseram a bela Sinfonia da Alvorada.
Indispensável e saudoso Olga’s Bar, referência do doido princípio naquele cafundó. Bares, pensões, hotéis, cabarés. Todos construídos de madeira, boa parte de propósitos múltiplos.
Aspas para João Almino: “Papai me contou que um dos negócios mais lucrativos da Cidade Livre era o dos bordéis, onde nos fins de semana e nas horas livres os operários gastavam o dinheiro ganho com as excessivas horas de trabalho”.

HISTÓRIA VIVA
“Cidade Livre” reafirma João Almino como romancista de Brasília, mas ele é bem mais.
O mestre Moacyr Scliar tem razão: “Entre os melhores autores de nosso país. O Brasil está resumido em suas páginas”.
Ficção envolvente sobre história viva.
O leitor, progressivamente seduzido, acaba tragado pela engenhosa armadilha urdida pelo pseudocronista da capital, descobriu a escritora e professora de literatura da USP Walnice Nogueira Galvão. Ela sabe das coisas.

RONALDO COSTA COUTO é escritor e economista, autor de “Brasília Kubitschek de Oliveira”


CIDADE LIVRE

AUTOR João Almino

EDITORA Record

AVALIAÇÃO ótimo

São Paulo, sábado, 19 de junho de 2010 FOLHA DE S. PAULO ilustrada

CRÍTICA ROMANCE

RONALDO COSTA COUTO
ESPECIAL PARA A FOLHA

“Cidade Livre” impressiona. O escritor João Almino liberta-se da diplomacia, arregaça as mangas e usa história e imaginação para contar o Brasil real suando, vibrando, sofrendo e sonhando na extenuante e impressionante epopeia de fazer tudo no nada do ermo goiano.
Hoje Núcleo Bandeirante, cidade-satélite de Brasília, a pioneiríssima Cidade Livre foi esteio da construção da capital no governo Juscelino Kubitschek (1956-1961).
Quinto título do autor sobre o universo brasiliense, “Cidade Livre” é bem idealizado e bem escrito. Quase dá para ver o vaivém dos fundadores. Apressados, aproveitadores, idealistas, políticos, barnabés, comerciantes de quase tudo.
Com sorte, descobrir o irrequieto presidente JK e o enérgico engenheiro-chefe Israel Pinheiro, de terno e gravata, surradas xicarazinhas esmaltadas na mão, tomando café de coador de pano com os candangos.

NIEMEYER BEBERICA
E o musculoso gigante carioca Bernardo Sayão, jeitão de menino, pioneiro e herói, ídolo da candangada, inspiração das mulheres dali e de outras lonjuras.
Sempre animadíssimo, camisa e calça largas, pisando forte com suas botas comando nas ruas de terra, de muita poeira vermelha ou barro.
Comandando, motivando, orientando a todos, distribuindo alegria, confiança e esperança.
Ou então, na noite alta, de céu deslumbrante, o jovem arquiteto Oscar Niemeyer à mesa do tosco Olga’s Bar, bebericando com amigos, fumando cigarrilhas, olhando a gente humilde com ternura imensa e respeito máximo.
Quem sabe até tocando seu esperto cavaquinho ou cantando com Tom Jobim e Vinicius de Moraes, hóspedes de Juscelino no Catetinho, palácio de tábuas, onde compuseram a bela Sinfonia da Alvorada.
Indispensável e saudoso Olga’s Bar, referência do doido princípio naquele cafundó. Bares, pensões, hotéis, cabarés. Todos construídos de madeira, boa parte de propósitos múltiplos.
Aspas para João Almino: “Papai me contou que um dos negócios mais lucrativos da Cidade Livre era o dos bordéis, onde nos fins de semana e nas horas livres os operários gastavam o dinheiro ganho com as excessivas horas de trabalho”.

HISTÓRIA VIVA
“Cidade Livre” reafirma João Almino como romancista de Brasília, mas ele é bem mais.
O mestre Moacyr Scliar tem razão: “Entre os melhores autores de nosso país. O Brasil está resumido em suas páginas”.
Ficção envolvente sobre história viva.
O leitor, progressivamente seduzido, acaba tragado pela engenhosa armadilha urdida pelo pseudocronista da capital, descobriu a escritora e professora de literatura da USP Walnice Nogueira Galvão. Ela sabe das coisas.

RONALDO COSTA COUTO é escritor e economista, autor de “Brasília Kubitschek de Oliveira”


CIDADE LIVRE

AUTOR João Almino

EDITORA Record

AVALIAÇÃO ótimo

São Paulo, sábado, 19 de junho de 2010 FOLHA DE S. PAULO ilustrada

CRÍTICA ROMANCE

RONALDO COSTA COUTO
ESPECIAL PARA A FOLHA

“Cidade Livre” impressiona. O escritor João Almino liberta-se da diplomacia, arregaça as mangas e usa história e imaginação para contar o Brasil real suando, vibrando, sofrendo e sonhando na extenuante e impressionante epopeia de fazer tudo no nada do ermo goiano.
Hoje Núcleo Bandeirante, cidade-satélite de Brasília, a pioneiríssima Cidade Livre foi esteio da construção da capital no governo Juscelino Kubitschek (1956-1961).
Quinto título do autor sobre o universo brasiliense, “Cidade Livre” é bem idealizado e bem escrito. Quase dá para ver o vaivém dos fundadores. Apressados, aproveitadores, idealistas, políticos, barnabés, comerciantes de quase tudo.
Com sorte, descobrir o irrequieto presidente JK e o enérgico engenheiro-chefe Israel Pinheiro, de terno e gravata, surradas xicarazinhas esmaltadas na mão, tomando café de coador de pano com os candangos.

NIEMEYER BEBERICA
E o musculoso gigante carioca Bernardo Sayão, jeitão de menino, pioneiro e herói, ídolo da candangada, inspiração das mulheres dali e de outras lonjuras.
Sempre animadíssimo, camisa e calça largas, pisando forte com suas botas comando nas ruas de terra, de muita poeira vermelha ou barro.
Comandando, motivando, orientando a todos, distribuindo alegria, confiança e esperança.
Ou então, na noite alta, de céu deslumbrante, o jovem arquiteto Oscar Niemeyer à mesa do tosco Olga’s Bar, bebericando com amigos, fumando cigarrilhas, olhando a gente humilde com ternura imensa e respeito máximo.
Quem sabe até tocando seu esperto cavaquinho ou cantando com Tom Jobim e Vinicius de Moraes, hóspedes de Juscelino no Catetinho, palácio de tábuas, onde compuseram a bela Sinfonia da Alvorada.
Indispensável e saudoso Olga’s Bar, referência do doido princípio naquele cafundó. Bares, pensões, hotéis, cabarés. Todos construídos de madeira, boa parte de propósitos múltiplos.
Aspas para João Almino: “Papai me contou que um dos negócios mais lucrativos da Cidade Livre era o dos bordéis, onde nos fins de semana e nas horas livres os operários gastavam o dinheiro ganho com as excessivas horas de trabalho”.

HISTÓRIA VIVA
“Cidade Livre” reafirma João Almino como romancista de Brasília, mas ele é bem mais.
O mestre Moacyr Scliar tem razão: “Entre os melhores autores de nosso país. O Brasil está resumido em suas páginas”.
Ficção envolvente sobre história viva.
O leitor, progressivamente seduzido, acaba tragado pela engenhosa armadilha urdida pelo pseudocronista da capital, descobriu a escritora e professora de literatura da USP Walnice Nogueira Galvão. Ela sabe das coisas.

RONALDO COSTA COUTO é escritor e economista, autor de “Brasília Kubitschek de Oliveira”


CIDADE LIVRE

AUTOR João Almino

EDITORA Record

AVALIAÇÃO ótimo

São Paulo, sábado, 19 de junho de 2010 FOLHA DE S. PAULO ilustrada

CRÍTICA ROMANCE

RONALDO COSTA COUTO
ESPECIAL PARA A FOLHA

“Cidade Livre” impressiona. O escritor João Almino liberta-se da diplomacia, arregaça as mangas e usa história e imaginação para contar o Brasil real suando, vibrando, sofrendo e sonhando na extenuante e impressionante epopeia de fazer tudo no nada do ermo goiano.
Hoje Núcleo Bandeirante, cidade-satélite de Brasília, a pioneiríssima Cidade Livre foi esteio da construção da capital no governo Juscelino Kubitschek (1956-1961).
Quinto título do autor sobre o universo brasiliense, “Cidade Livre” é bem idealizado e bem escrito. Quase dá para ver o vaivém dos fundadores. Apressados, aproveitadores, idealistas, políticos, barnabés, comerciantes de quase tudo.
Com sorte, descobrir o irrequieto presidente JK e o enérgico engenheiro-chefe Israel Pinheiro, de terno e gravata, surradas xicarazinhas esmaltadas na mão, tomando café de coador de pano com os candangos.

NIEMEYER BEBERICA
E o musculoso gigante carioca Bernardo Sayão, jeitão de menino, pioneiro e herói, ídolo da candangada, inspiração das mulheres dali e de outras lonjuras.
Sempre animadíssimo, camisa e calça largas, pisando forte com suas botas comando nas ruas de terra, de muita poeira vermelha ou barro.
Comandando, motivando, orientando a todos, distribuindo alegria, confiança e esperança.
Ou então, na noite alta, de céu deslumbrante, o jovem arquiteto Oscar Niemeyer à mesa do tosco Olga’s Bar, bebericando com amigos, fumando cigarrilhas, olhando a gente humilde com ternura imensa e respeito máximo.
Quem sabe até tocando seu esperto cavaquinho ou cantando com Tom Jobim e Vinicius de Moraes, hóspedes de Juscelino no Catetinho, palácio de tábuas, onde compuseram a bela Sinfonia da Alvorada.
Indispensável e saudoso Olga’s Bar, referência do doido princípio naquele cafundó. Bares, pensões, hotéis, cabarés. Todos construídos de madeira, boa parte de propósitos múltiplos.
Aspas para João Almino: “Papai me contou que um dos negócios mais lucrativos da Cidade Livre era o dos bordéis, onde nos fins de semana e nas horas livres os operários gastavam o dinheiro ganho com as excessivas horas de trabalho”.

HISTÓRIA VIVA
“Cidade Livre” reafirma João Almino como romancista de Brasília, mas ele é bem mais.
O mestre Moacyr Scliar tem razão: “Entre os melhores autores de nosso país. O Brasil está resumido em suas páginas”.
Ficção envolvente sobre história viva.
O leitor, progressivamente seduzido, acaba tragado pela engenhosa armadilha urdida pelo pseudocronista da capital, descobriu a escritora e professora de literatura da USP Walnice Nogueira Galvão. Ela sabe das coisas.

RONALDO COSTA COUTO é escritor e economista, autor de “Brasília Kubitschek de Oliveira”


CIDADE LIVRE

AUTOR João Almino

EDITORA Record

AVALIAÇÃO ótimo