ENTRE FACAS, ALGODÃO, de João Almino, por Cristovão Tezza

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Entre facas, algodão, de João Almino

Se é verdade que toda grande cidade só se torna adulta quando tem romancistas que a representam, a jovem Brasília está madura: com obras como Cidade livre, O livro das emoções e Enigmas da primavera, João Almino vem construindo um painel romanesco contemporâneo que colocou a capital do país no mapa da prosa literária brasileira. Não é uma Brasília de terno e gravata, ou a Brasília oficial e gelada do poder político. O talento narrativo de João Almino tem sempre uma forte raiz popular, que une o estro do bom contador de histórias com o pano de fundo de uma cidade cuja essência ainda é, de fato, o Brasil inteiro.

Neste Entre facas, algodão, acompanhamos o diário de um homem que, aos 70 anos, se separa da mulher, sai de Taguatinga e volta à sua infância geográfica e mental. Ainda criança, viu o seu pai ser assassinado (“sangue, muito sangue”), e sente vazios da memória e do afeto que ele precisa recompor para dar um sentido renovado à sua vida. Vivendo só, longe de seus três filhos, compra a fazendola “Riacho Negro”, o teatro de sua formação, e mergulha na missão sempre tentada e sempre impossível de recuperar o tempo que se perdeu.

No projeto tardio, há o sopro e o motor insidiosos da vingança. A modernidade instantânea de quem usa Whatsapp e se sente à vontade no computador é vivida lado a lado com a sombra pesada de um universo arcaico e aterrador: é preciso vingar o pai, este mote inescapável da cultura atávica da violência.

Ao mesmo tempo, trata-se de uma história clássica de amor e família, de sentimentos fraturados. Este fundo emocional, temperado pela linguagem direta, pelo poder literário da oralidade, recriada com uma tranquila nitidez, dá ao romance de João Almino a sua marca estilística, de intensa leveza narrativa — a dádiva do texto que, pela empatia, nos prende da primeira à última página.

Cristovão Tezza
[:en]Entre facas, algodão, de João Almino

Se é verdade que toda grande cidade só se torna adulta quando tem romancistas que a representam, a jovem Brasília está madura: com obras como Cidade livre, O livro das emoções e Enigmas da primavera, João Almino vem construindo um painel romanesco contemporâneo que colocou a capital do país no mapa da prosa literária brasileira. Não é uma Brasília de terno e gravata, ou a Brasília oficial e gelada do poder político. O talento narrativo de João Almino tem sempre uma forte raiz popular, que une o estro do bom contador de histórias com o pano de fundo de uma cidade cuja essência ainda é, de fato, o Brasil inteiro.

Neste Entre facas, algodão, acompanhamos o diário de um homem que, aos 70 anos, se separa da mulher, sai de Taguatinga e volta à sua infância geográfica e mental. Ainda criança, viu o seu pai ser assassinado (“sangue, muito sangue”), e sente vazios da memória e do afeto que ele precisa recompor para dar um sentido renovado à sua vida. Vivendo só, longe de seus três filhos, compra a fazendola “Riacho Negro”, o teatro de sua formação, e mergulha na missão sempre tentada e sempre impossível de recuperar o tempo que se perdeu.

No projeto tardio, há o sopro e o motor insidiosos da vingança. A modernidade instantânea de quem usa Whatsapp e se sente à vontade no computador é vivida lado a lado com a sombra pesada de um universo arcaico e aterrador: é preciso vingar o pai, este mote inescapável da cultura atávica da violência.

Ao mesmo tempo, trata-se de uma história clássica de amor e família, de sentimentos fraturados. Este fundo emocional, temperado pela linguagem direta, pelo poder literário da oralidade, recriada com uma tranquila nitidez, dá ao romance de João Almino a sua marca estilística, de intensa leveza narrativa — a dádiva do texto que, pela empatia, nos prende da primeira à última página.

Cristovão Tezza
[:es]Entre facas, algodão, de João Almino

Se é verdade que toda grande cidade só se torna adulta quando tem romancistas que a representam, a jovem Brasília está madura: com obras como Cidade livre, O livro das emoções e Enigmas da primavera, João Almino vem construindo um painel romanesco contemporâneo que colocou a capital do país no mapa da prosa literária brasileira. Não é uma Brasília de terno e gravata, ou a Brasília oficial e gelada do poder político. O talento narrativo de João Almino tem sempre uma forte raiz popular, que une o estro do bom contador de histórias com o pano de fundo de uma cidade cuja essência ainda é, de fato, o Brasil inteiro.

Neste Entre facas, algodão, acompanhamos o diário de um homem que, aos 70 anos, se separa da mulher, sai de Taguatinga e volta à sua infância geográfica e mental. Ainda criança, viu o seu pai ser assassinado (“sangue, muito sangue”), e sente vazios da memória e do afeto que ele precisa recompor para dar um sentido renovado à sua vida. Vivendo só, longe de seus três filhos, compra a fazendola “Riacho Negro”, o teatro de sua formação, e mergulha na missão sempre tentada e sempre impossível de recuperar o tempo que se perdeu.

No projeto tardio, há o sopro e o motor insidiosos da vingança. A modernidade instantânea de quem usa Whatsapp e se sente à vontade no computador é vivida lado a lado com a sombra pesada de um universo arcaico e aterrador: é preciso vingar o pai, este mote inescapável da cultura atávica da violência.

Ao mesmo tempo, trata-se de uma história clássica de amor e família, de sentimentos fraturados. Este fundo emocional, temperado pela linguagem direta, pelo poder literário da oralidade, recriada com uma tranquila nitidez, dá ao romance de João Almino a sua marca estilística, de intensa leveza narrativa — a dádiva do texto que, pela empatia, nos prende da primeira à última página.

Cristovão Tezza
[:fr]Entre facas, algodão, de João Almino

Se é verdade que toda grande cidade só se torna adulta quando tem romancistas que a representam, a jovem Brasília está madura: com obras como Cidade livre, O livro das emoções e Enigmas da primavera, João Almino vem construindo um painel romanesco contemporâneo que colocou a capital do país no mapa da prosa literária brasileira. Não é uma Brasília de terno e gravata, ou a Brasília oficial e gelada do poder político. O talento narrativo de João Almino tem sempre uma forte raiz popular, que une o estro do bom contador de histórias com o pano de fundo de uma cidade cuja essência ainda é, de fato, o Brasil inteiro.

Neste Entre facas, algodão, acompanhamos o diário de um homem que, aos 70 anos, se separa da mulher, sai de Taguatinga e volta à sua infância geográfica e mental. Ainda criança, viu o seu pai ser assassinado (“sangue, muito sangue”), e sente vazios da memória e do afeto que ele precisa recompor para dar um sentido renovado à sua vida. Vivendo só, longe de seus três filhos, compra a fazendola “Riacho Negro”, o teatro de sua formação, e mergulha na missão sempre tentada e sempre impossível de recuperar o tempo que se perdeu.

No projeto tardio, há o sopro e o motor insidiosos da vingança. A modernidade instantânea de quem usa Whatsapp e se sente à vontade no computador é vivida lado a lado com a sombra pesada de um universo arcaico e aterrador: é preciso vingar o pai, este mote inescapável da cultura atávica da violência.

Ao mesmo tempo, trata-se de uma história clássica de amor e família, de sentimentos fraturados. Este fundo emocional, temperado pela linguagem direta, pelo poder literário da oralidade, recriada com uma tranquila nitidez, dá ao romance de João Almino a sua marca estilística, de intensa leveza narrativa — a dádiva do texto que, pela empatia, nos prende da primeira à última página.

Cristovão Tezza
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