As Cinco Estações do Amor, de João Almino. Carlos Graieb, Veja

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Veja, 4 de julho, 2001

Carlos Graieb

Se o rock de Brasília foi obra de uma geração, a ficção de Brasília, até o momento, é obra de um homem só: o escritor e diplomata João Almino, de 51 anos. Seu novo romance, As Cinco Estações do Amor, dá seguimento a Idéias para Onde Passar o Fim do Mundo (1987) e Samba-Enredo (1994). Nas palavras do autor, fecha uma trilogia que tem a capital brasileira como cenário – não a cidade monumental, mas aquela que aspira a ser igual a todas as outras, com seus migrantes, seus jovens, seus intelectuais, seus ricos e pobres. Os três livros podem ser lidos de maneira independente, embora temas e personagens sejam comuns a eles.

Temas como as promessas não cumpridas da modernidade, e personagens como Ana, secundária em Samba-Enredo e agora alçada à posição de narradora. Uma linguagem sem floreios – simples, embora não seca – também é usada nos três. Mas mudam algumas coisas.

A forma de narração é mais linear nesse livro do que nos outros. E o tom, antes zombeteiro, agora é tingido de melancolia, o que se torna adequado ao enredo: às vésperas do ano 2000, um grupo de amigos, que se formou no final dos anos 60, trama um reencontro. Todos vivem a meia-idade. A narradora, mais que isso, a crise proverbial associada a essa fase. “Minha juventude está perdida. A Brasília de meu sonho de futuro está morta. Reconheço-me nas fachadas de seus prédios precocemente envelhecidos, na sua modemidade precária e decadente”, diz ela. João Almino, porém, reserva surpresas ao leitor – como o surgimento de Norberto, ou Berta, um dos amigos da turma agora convertido em travesti. Em As Cinco Estações do Amor, todo o peso das frustrações e esperanças dos personagens é posto não mais em grandes projetos e ideologias, mas nas muitas tramas possíveis do amor, da amizade e do sexo. Se existe revolução possível, estará ela na intimidade? Essa parece ser a idéia – ou a polêmica – por trás desse belo romance, que só na superfície é convencional.

Veja, 4 de julho, 2001

Se o rock de Brasília foi obra de uma geração, a ficção de Brasília, até o momento, é obra de um homem só: o escritor e diplomata João Almino, de 51 anos. Seu novo romance, As Cinco Estações do Amor, dá seguimento a Idéias para Onde Passar o Fim do Mundo (1987) e Samba-Enredo (1994). Nas palavras do autor, fecha uma trilogia que tem a capital brasileira como cenário – não a cidade monumental, mas aquela que aspira a ser igual a todas as outras, com seus migrantes, seus jovens, seus intelectuais, seus ricos e pobres. Os três livros podem ser lidos de maneira independente, embora temas e personagens sejam comuns a eles.

Temas como as promessas não cumpridas da modernidade, e personagens como Ana, secundária em Samba-Enredo e agora alçada à posição de narradora. Uma linguagem sem floreios – simples, embora não seca – também é usada nos três. Mas mudam algumas coisas.

A forma de narração é mais linear nesse livro do que nos outros. E o tom, antes zombeteiro, agora é tingido de melancolia, o que se torna adequado ao enredo: às vésperas do ano 2000, um grupo de amigos, que se formou no final dos anos 60, trama um reencontro. Todos vivem a meia-idade. A narradora, mais que isso, a crise proverbial associada a essa fase. “Minha juventude está perdida. A Brasília de meu sonho de futuro está morta. Reconheço-me nas fachadas de seus prédios precocemente envelhecidos, na sua modemidade precária e decadente”, diz ela. João Almino, porém, reserva surpresas ao leitor – como o surgimento de Norberto, ou Berta, um dos amigos da turma agora convertido em travesti. Em As Cinco Estações do Amor, todo o peso das frustrações e esperanças dos personagens é posto não mais em grandes projetos e ideologias, mas nas muitas tramas possíveis do amor, da amizade e do sexo. Se existe revolução possível, estará ela na intimidade? Essa parece ser a idéia – ou a polêmica – por trás desse belo romance, que só na superfície é convencional.

Veja, 4 de julho, 2001

Se o rock de Brasília foi obra de uma geração, a ficção de Brasília, até o momento, é obra de um homem só: o escritor e diplomata João Almino, de 51 anos. Seu novo romance, As Cinco Estações do Amor, dá seguimento a Idéias para Onde Passar o Fim do Mundo (1987) e Samba-Enredo (1994). Nas palavras do autor, fecha uma trilogia que tem a capital brasileira como cenário – não a cidade monumental, mas aquela que aspira a ser igual a todas as outras, com seus migrantes, seus jovens, seus intelectuais, seus ricos e pobres. Os três livros podem ser lidos de maneira independente, embora temas e personagens sejam comuns a eles.

Temas como as promessas não cumpridas da modernidade, e personagens como Ana, secundária em Samba-Enredo e agora alçada à posição de narradora. Uma linguagem sem floreios – simples, embora não seca – também é usada nos três. Mas mudam algumas coisas.

A forma de narração é mais linear nesse livro do que nos outros. E o tom, antes zombeteiro, agora é tingido de melancolia, o que se torna adequado ao enredo: às vésperas do ano 2000, um grupo de amigos, que se formou no final dos anos 60, trama um reencontro. Todos vivem a meia-idade. A narradora, mais que isso, a crise proverbial associada a essa fase. “Minha juventude está perdida. A Brasília de meu sonho de futuro está morta. Reconheço-me nas fachadas de seus prédios precocemente envelhecidos, na sua modemidade precária e decadente”, diz ela. João Almino, porém, reserva surpresas ao leitor – como o surgimento de Norberto, ou Berta, um dos amigos da turma agora convertido em travesti. Em As Cinco Estações do Amor, todo o peso das frustrações e esperanças dos personagens é posto não mais em grandes projetos e ideologias, mas nas muitas tramas possíveis do amor, da amizade e do sexo. Se existe revolução possível, estará ela na intimidade? Essa parece ser a idéia – ou a polêmica – por trás desse belo romance, que só na superfície é convencional.

Veja, 4 de julho, 2001

Se o rock de Brasília foi obra de uma geração, a ficção de Brasília, até o momento, é obra de um homem só: o escritor e diplomata João Almino, de 51 anos. Seu novo romance, As Cinco Estações do Amor, dá seguimento a Idéias para Onde Passar o Fim do Mundo (1987) e Samba-Enredo (1994). Nas palavras do autor, fecha uma trilogia que tem a capital brasileira como cenário – não a cidade monumental, mas aquela que aspira a ser igual a todas as outras, com seus migrantes, seus jovens, seus intelectuais, seus ricos e pobres. Os três livros podem ser lidos de maneira independente, embora temas e personagens sejam comuns a eles.

Temas como as promessas não cumpridas da modernidade, e personagens como Ana, secundária em Samba-Enredo e agora alçada à posição de narradora. Uma linguagem sem floreios – simples, embora não seca – também é usada nos três. Mas mudam algumas coisas.

A forma de narração é mais linear nesse livro do que nos outros. E o tom, antes zombeteiro, agora é tingido de melancolia, o que se torna adequado ao enredo: às vésperas do ano 2000, um grupo de amigos, que se formou no final dos anos 60, trama um reencontro. Todos vivem a meia-idade. A narradora, mais que isso, a crise proverbial associada a essa fase. “Minha juventude está perdida. A Brasília de meu sonho de futuro está morta. Reconheço-me nas fachadas de seus prédios precocemente envelhecidos, na sua modemidade precária e decadente”, diz ela. João Almino, porém, reserva surpresas ao leitor – como o surgimento de Norberto, ou Berta, um dos amigos da turma agora convertido em travesti. Em As Cinco Estações do Amor, todo o peso das frustrações e esperanças dos personagens é posto não mais em grandes projetos e ideologias, mas nas muitas tramas possíveis do amor, da amizade e do sexo. Se existe revolução possível, estará ela na intimidade? Essa parece ser a idéia – ou a polêmica – por trás desse belo romance, que só na superfície é convencional.